segunda-feira, 28 de junho de 2010

"Espaço curvo e finito", por Saramago.










Oculta consciência de não ser,
Ou de ser num estar que me transcende,
Numa rede de presenças e ausências,
Numa fuga para o ponto de partida:
Um perto que é tão longe, um longe aqui.
Uma ânsia de estar e de temer
A semente que de ser se surpreende,
As pedras que repetem as cadências
Da onda sempre nova e repetida
Que neste espaço curvo vem de ti.


José Saramago, no livro Os Poemas Possíveis.


Com foto de Pedro Walter: José Saramago na praia Quemada, entre Yaiza e Tías, Lanzarote (Canárias).


Li no As folhas ardem.

Salve, salve: pra sempre Saramago!

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