segunda-feira, 23 de abril de 2012

Psicografia


















Também eu saio à revelia
e procuro uma síntese nas demoras
cato obsessões com fria têmpera e digo
do coração: não soube e digo
da palavra: não digo (não posso ainda acreditar
na vida) e demito o verso como quem acena
e vivo como quem despede a raiva de ter visto

Ana Cristina Cesar
(publicado no livro "Inéditos e Dispersos")

Um comentário:

  1. Que texto brilhante! Revestido de uma não aceitação da vida profunda e raivosa. Ela foi uma grande poetiza que não segurou a barra. É preciso entender que tudo está sob o controle de uma inteligência maior que a nossa. Tudo tem sentido, mesmo que não possamos compreender. Com a evolução do espírito chegaremos lá. É preciso ver a poesia da vida e não só seu aparente "absurdo". Nós é que criamos nossa realidade. Vamos em frente, sem medo, vencendo.

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