segunda-feira, 8 de outubro de 2012


Há pessoas assim cuja existência, cuja carne é matéria literária. Não falo já de qualidade. Falo, sim, da quantidade de poema que há num corpo. Da combustão que é feita de palavras em lugar de oxigênio. Falo daquele que, se não escreve, mata alguém. Daquele que não aceita um aparelho de cognição capaz de o proteger com o vulgar conforto do real. Que se educou para a alucinação.

Hélia Correia


Li no excelente As folhas ardem.

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