segunda-feira, 8 de março de 2010




















Diego,
É uma verdade, bem grande, que eu
não queria falar, nem dormir
nem ouvir, nem querer.
Sentir-me encerrada, sem medo
de sangue, sem tempo nem magia,
dentro do teu próprio medo,
e dentro da tua grande angústia,
e mesmo no ruído do teu coração.
Toda essa loucura, se a ti perguntasse,
sei que seria, para o teu silêncio,
pura confusão.
Peço-te violência, na desrazão,
e tu, me dás a graça, tua luz e
calor.
Gostaria de pintar-te, mas não há cores,
por haver tantas, em minha
confusão, a forma concreta
do meu grande amor.

Frida Khalo, em seu diário, para Diego Rivera.

Com um dos auto-retratos de Frida.

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