sábado, 24 de outubro de 2009

Cada um



"Tudo esgotou-se e parece, repentinamente, anular-se, derrubada a própria importância num insuspeitado passe de prestidigitação. Não se sabe de onde vem, e nem que causas o originaram. Procura-se dentro do próprio estado, e verifica-se com espanto não existir mais esse "espaço". A pessoa está só: nem há mais interesse. Mas a corrosiva, a pequenina personalidade em desespero, debate-se impertinente, treinando outra atitude. Busca ali o exterior. Transvasa: justo o movimento de um braço quando afasta-se no gesto de ir buscar fora do corpo... E traz."

Mário Peixoto, em O inútil de cada um

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